quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Eu Odeio o Dia dos Namorados (e Você?)


Kara, personagem do filme “Idas e Vindas do Amor” de 2010

Você deve ter lido o título e pensado que foi escrito por uma moça toda trabalhada no recalque – já que essa expressão parece ter caído no gosto dos internautas – porque está solteira no dia dos namorados.

Como a Kara, interpretada pela Jessica Biel no filme “Idas e Vindas do Amor”.

Não é o caso. :)

Esse já é meu terceiro 12 de junho acompanhada e minha percepção sobre esse dia continua a mesma de antes.

Veja o trailer do filme de alguém que odeia o dia dos namorados





Minha primeira implicância não é exclusivamente com o dia dos namorados, mas com todas as datas comemorativas que nos forçam a trocar presentes e carinho.

Não que eu não goste dessas coisas, obviamente.

A questão é que eu prezo a espontaneidade. Todos concordarão comigo que temos que expressar nossos sentimentos sempre, não uma vez por ano, em uma data específica definida por sabe-se quem.

Um abraço espontâneo me apetece muito mais do que um abraço no meu aniversário.

Um presente sem motivo me agrada muito mais do que um presente de natal.

Um recadinho carinhoso na porta da geladeira me deixa muito mais feliz do que um elaborado cartão de dia dos namorados.

Outra coisa que colabora para essa minha implicância é o fato de eu não ser – ou não achar que sou – boa para escolher presentes.

A obrigatoriedade e a pressão não ajudam: 

  • há um prazo e a necessidade de se escolher algo que agrade o presenteado e seja equivalente ao que ele vai te dar. Poucas coisas são mais desagradáveis do que comprar algo simples e ganhar um presentão ou vice-e-versa. 

Pior ainda é perceber que a pessoa não curtiu. :(

Aqui, abro um parênteses: eu gosto de presentear e ser presenteada, mas novamente prefiro a espontaneidade e a surpresa de um presente inesperado.

Como eu disse, essas coisas não são exclusivas do dia dos namorados, então vamos ser mais específicos.

Outra obrigatoriedade que essa data traz são os tais jantares românticos


Eu não cozinho, nem meu namorado. Restaurantes estão fora de cogitação.

Ao fim desse texto, vocês vão me achar a pessoa mais implicante desse mundo, mas confesso: não gosto de lugares lotados.

Sou acostumada à cidade pequena, não curto multidões, muito menos filas.

Para mim, esperar por uma mesa em um restaurante é impensável e não consigo entender como um jantar pode ser romântico se você tem que gritar para ser ouvido por causa do barulho alheio.

Outra questão é a tal da data  do dia dos namorados (que nem feriado é  . . .)


Tomemos hoje como exemplo, um dia dos namorados em plena quarta-feira.

Em geral, as pessoas trabalham/estudam hoje e amanhã, e aposto que prefeririam comemorar no final de semana.

Sim, é bacana fazer algo diferente no meio da semana, mas e se essa for justamente uma semana atarefada?

Para mim e tantos outros universitários, estamos em pleno final de semestre. Além do mais, existem muitos casais que não poderão estar juntos nesse dia, como é o meu caso.

Por fim, temos as pessoas solteiras


Não qualquer gente solteira, claro, mas aquelas que acham que tem algo de errado nisso e querem desesperadamente um namorado para chamar de seu.

Para que, gente?

Namorar é legal, mas ser solteiro é legal também.

Será que as pessoas querem mesmo um arrumar namorado ou se sentem pressionadas a terem um?

Às vésperas do dia dos namorados, escuto muito comentário carente e exagerado ou aquelas clássicas mentiras deslavadas.

Mas o que mais me incomoda são os comentários recalcados de gente que odeia ser solteira, mas acha que convence os outros do contrário.

Essas coisas me incomodam porque eu penso duas coisas: primeiro, temos que nos aceitar e assumir como somos; e segundo, nossa felicidade não deve depender de ninguém senão de nós mesmos.

Corrigindo o título que foi claramente escolhido para chamar a atenção de vocês, eu não odeio o dia dos namorados, mas também não amo.

Eu prefiro a espontaneidade de um presente sem motivo, de um recadinho inesperado e de um “eu te amo” fora de contexto.

Meu mundo perfeito seria aquele em que não teríamos data marcada para demonstrar o que sentimos, em que assumiríamos quem somos e aprenderíamos a ser plenos por si só.

Um relacionamento feliz seria a cereja do bolo, mas nunca a massa, entendem minha metáfora sem vergonha?

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